De brincadeira isso não tem nada! Entenda como desafios online estão tirando a vida de crianças e adolescentes no Brasil, e saiba o que fazer para protegê-los antes que seja tarde demais.
“Era só um desafio”, dizem muitos jovens antes de se colocarem em situações absurdas — e perigosas. Mas a realidade é dura e assustadora: 56 crianças morreram vítimas de desafios online apenas no último ano, segundo dados divulgados pela Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça. O número é alarmante e nos obriga a agir. Agora.
Como profissional da área da saúde e também como cidadão, é impossível ignorar o impacto desse tipo de conteúdo sobre a saúde física e emocional dos nossos jovens. E o mais preocupante: muitos pais nem imaginam que seus filhos estão expostos a esse tipo de risco… dentro do próprio quarto!
O que são os desafios online?
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Desafios online são propostas, muitas vezes disseminadas por meio de redes sociais, que incentivam os participantes a realizar determinadas tarefas, algumas delas perigosas ou até mesmo letais. Esses desafios apelam para a curiosidade, o desejo de pertencimento e a busca por aprovação social, características comuns na adolescência.
Exemplos de desafios perigosos
A lista de “brincadeiras” que viram tragédia é assustadora. Veja algumas que já causaram mortes no Brasil e no mundo:
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Desafio da Asfixia (ou blackout challenge): jovens tentam prender a respiração ou usar objetos para cortar o fluxo de oxigênio — tudo para sentir “euforia”. Pode causar desmaio, convulsões ou até parada cardíaca;
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Desafio do Desinfetante: envolve ingerir produtos de limpeza em vídeo, como forma de “provar coragem”;
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Desafio do Fogo: atear fogo no próprio corpo por alguns segundos e apagar em seguida — muitos não conseguem a tempo;
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Baleia Azul: um jogo mortal com 50 tarefas que termina, literalmente, em suicídio.
Esses são apenas alguns exemplos de como a internet pode ser um ambiente perigoso para os jovens desavisados.
Por que os jovens participam desses desafios?
A adolescência é uma fase delicada. Emoções à flor da pele, vontade de pertencer a um grupo e a constante exposição às redes sociais criam o ambiente perfeito para que esses desafios se espalhem.
Além disso:
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O fator viral desses conteúdos faz com que pareçam populares e “normais”;
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Há pressão dos colegas para participar, mesmo que o jovem não queira;
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Muitos veem os vídeos e não têm noção real do risco envolvido;
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A curiosidade natural e o sentimento de “isso nunca vai acontecer comigo” dominam.
Consequências para a saúde
Os desafios online podem resultar em:
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Lesões físicas: queimaduras, fraturas, intoxicações.
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Problemas psicológicos: ansiedade, depressão, traumas.
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Morte: em casos extremos, como nos desafios que envolvem asfixia ou automutilação.
É fundamental reconhecer os sinais de alerta e agir rapidamente para evitar tragédias.
O papel dos pais e educadores
A prevenção começa em casa e na escola. Pais e professores devem:
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Manter um diálogo aberto: conversar sobre os perigos da internet e dos desafios online.
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Supervisionar o uso da internet: monitorar o tempo de tela e os sites acessados.
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Educar sobre segurança digital: ensinar a identificar conteúdos perigosos e a importância de não compartilhar informações pessoais.
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Buscar ajuda profissional: em casos de comportamento suspeito ou sinais de sofrimento emocional.
Recursos e apoio
Existem diversas organizações e ferramentas que podem auxiliar na proteção dos jovens:
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Software de controle parental: ajuda a monitorar e limitar o acesso a conteúdos inadequados.
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Campanhas de conscientização: informam sobre os riscos e promovem o uso seguro da internet.
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Linhas de apoio: oferecem suporte psicológico e orientação para pais e filhos.
Conclusão
Os desafios online representam uma ameaça real à saúde e à vida de nossas crianças e adolescentes. É responsabilidade de todos – pais, educadores, profissionais de saúde e sociedade em geral – estar atentos, informar e proteger os jovens desses perigos virtuais. A prevenção e a educação são as melhores armas contra essa nova forma de risco.
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