Dia 20 de novembro (data que marca o Dia da Consciência Negra) somos convidados a refletir sobre a herança cultural dos povos africanos no Brasil e os desafios ainda existentes para a equidade racial.
Essa data não serve apenas para lembrar, mas para agir: e é nesse cenário que a proposta de uma educação antirracista se mostra fundamental.
A seguir, vamos entender o que significa educação antirracista, por que ela importa e como pode ser aplicada tanto na escola quanto em casa. Segue o fio!
O que é educação antirracista?
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Educação antirracista não se resume a mencionar o racismo ou promover discursos morais simples. Especialistas reforçam que se trata de criar condições para que estudantes e professores atuem contra o racismo, construindo culturas de respeito, pertencimento e equidade.
Ela reconhece que o racismo não é apenas uma atitude individual, mas uma estrutura histórica e institucional, por isso, exige um olhar crítico sobre currículos, práticas pedagógicas e representações culturais.
Educação antirracista × ensino religioso
Um ponto importante: o ensino de elementos da cultura afro-brasileira (como mitologias, história e ancestralidade) não é sinônimo de ensino religioso.
Em um caso recente, uma atividade escolar com o livro Ciranda em Aruanda, que apresenta elementos da cultura afro-brasileira, levantou debates. A autora explicou que o objetivo não era ensinar religião, mas promover diversidade cultural, equidade e reconhecimento da comunidade negra.
Ou seja: incorporar a cultura afro-brasileira no ambiente escolar reforça identidade e pluralidade, não pretende converter ou catequizar.
Por que a educação antirracista importa agora
Para crianças negras, ter acesso a conteúdos que reconheçam sua ancestralidade e representatividade fortalece a autoestima. Para crianças não-negras, amplia a percepção de mundo e reduz estereótipos. Quanto mais cedo as crianças têm contato com narrativas plurais, menor o espaço para naturalizar preconceitos.
É uma forma de atuar preventivamente e não apenas reagir ao racismo quando ele aparece, mas transformar o ambiente antes que ele se estruture.
Uma lei, mas ainda um longo caminho
No Brasil, a Lei 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas.
Mesmo assim, relatos mostram que casos de racismo ainda são frequentes em ambientes escolares.
Isso revela que o desafio vai além da legislação: é necessário mudar práticas, formação de professores, acervos didáticos e o próprio ambiente escolar.
Como colocar em prática no dia a dia
Há ações que podemos tomar para colocar em prática, tanto na escola quanto em nossas casas. Vejamos:
Na escola: currículo, acervo e formação docente
Na escola, o que pode ser feito é:
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Amplie o acervo de livros, vídeos e materiais que valorizem a população negra;
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Garanta que a formação de professores inclua educação para relações étnico-raciais e protocolos de enfrentamento ao racismo;
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Realize atividades que promovam diálogo sobre cultura afro-brasileira, ancestralidade e valorização das identidades, criando espaços de pertencimento.
Em casa e na comunidade
O que você pode fazer em casa e em sua comunidade para contribuir:
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Incentive leituras e filmes que apresentem diversidade e diferentes perspectivas culturais;
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Converse com crianças e jovens sobre história, identidade e racismo, de forma aberta, segura e respeitosa;
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Valorize histórias, personalidades e contribuições de pessoas negras no Brasil, trazendo esses referenciais para a rotina familiar.
Hora de agir com educação antirracista
Os avanços são visíveis, mas insuficientes. As desigualdades raciais continuam presentes no ambiente escolar e na sociedade como um todo.
O Dia da Consciência Negra serve como alerta, mas também como combustível para a ação contínua.
Cada professor, cada família e cada instituição tem um papel essencial na construção de ambientes verdadeiramente inclusivos.
Este é o momento de transformar consciência em prática e fazer da educação antirracista um compromisso diário.
