O fenômeno do Labubu – brinquedo colecionável que virou febre entre crianças e adolescentes – tem surgido em ambientes escolares, provocando distrações, comparações sociais e até casos de bullying. Saiba como educadores podem intervir de forma educativa e inclusiva.
Você professor ou pai, com certeza já viu essa figurinha engraçadinha, fofa, com cara de monstrinho pendurada nas mochilas? Sim, o tal do Labubu. Originário da China, virou febre entre a criançada e a galera mais velha também. Mas, nas escolas, o que parecia um juguete inofensivo, às vezes causa ciúmes, trocas de objetos, ou até brigas. Afinal, como lidar com isso?
Este artigo traz uma visão humana e prática para educadores: quais impactos essa febre pode ter, por que é mais que um brinquedo e, sobretudo, o que professores e gestores podem fazer para evitar que o Labubu vire motivo de exclusão ou conflito dentro da sala de aula.
Por que o Labubu desperta interesse (e conflito)?
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Bom, a escola deveria ser um epaço de aprendizado, e embora algumas brincadeiras possam ajudar, alguns otros problemas podem surgir:
Elemento de status
O Labubu é vendido em “blind boxes” – você compra sem saber qual variante vai receber, e algumas são raras. Esse mistério estimula colecionadores, gera filas e valorização, especialmente em redes sociais como TikTok. Traduzindo pra sala de aula: quem tem os modelos raros vira destaque, e quem não tem, pode se sentir excluído.
Cultura do consumo
Com preços entre US$ 15 e US$ 960 (ed. gigante), muita gente revende os bonecos, gerando comércio informal entre alunos . Isso pode institucionalizar trocas e comparar posses – terreno fértil pra conflitos, bullying ou cliques.
Desejo de pertencimento e influência da cultura pop
As redes sociais amplificam o fascínio pelos Labubus, e muitos querem seguir a tendência para se sentirem parte de algo maior Em ambiente escolar, isso se traduz em pressão para “estar dentro” do grupo.
Labubu nas escolas – como professores podem lidar?
👎 Exclusão e bullying
Quem não pode comprar pode ser alvo de piadas, provocações ou exclusão. Isso já configura bullying, e exige atenção da escola .
😤 Distração em sala de aula
Trocas, comparações e cochichos sobre o brinquedo desatendem os estudos e diminuem o foco coletivo.
💬 Comparações materiais
Há risco de reforçar desigualdades entre os alunos e reforçar estigmas sobre quem não tem acesso a esses brinquedos.
O que professores podem fazer
Alguma sugestões que podem ser tomadas:
✅Abrir diálogos com a turma
Converse com os alunos sobre consumo, colecionismo e emoções. Use o Labubu como gancho para falar de:
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bullying e respeito entre diferenças;
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valores além do consumo;
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empatia ao lidar com frustrações quando não se pode ter algo.
✅ Regras claras de convivência
Institua normas que proíbam trocas de objetos em sala ou que estimulem apenas certo uso fora do ambiente de ensino.
✅ Atividades reflexivas
Peça que encontrem formas de expressar o que sentem ao não conseguir ter aquilo que os colegas têm. Use desenhos, textos ou debates para refletir sobre desigualdade e sentimentos.
✅ Estimular inclusão
Promova atividades cooperativas que misturem alunos, independente da posse do brinquedo. Favoreça trocas educativas, jogos coletivos e recolha de experiências pessoais.
✅ Envolver a comunidade
Comunique os pais sobre a febre e discuta alternativas, como compra consciente ou uso consciente, para evitar tensões familiares também.
Projetos que funcionam
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Feira de habilidades com troca de saberes (artesanato, receitas, talentos);
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Clube do livro ou leitura inclusiva, focando em histórias que abordem consumismo e solidariedade;
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Rodinha de empatia, onde cada um fala sem julgamento sobre “o que eu sinto quando…”.
Perguntas frequentes
1. A criança ser zoada por nao ter o Labubu pode ser considerado bullying?
Sim, se houver exclusão, piada, humilhação ou pressão. Qualquer ação que inferiorize o estudante só por não ter o brinquedo entra no campo do bullying
2. Devo proibir o Labubu na sala de aula?
Não é necessário banir, mas é importante aplicar limites: uso só fora da sala, sem trocas ou discussões que atrapalhem o ambiente pedagógico.
3. Como conversar com pais sobre isso?
Leve informações sobre o fenômeno, explique o impacto social na escola e proponha diálogo sobre consumo consciente e valores.
4. Professores devem ensinar respeito e consumo?
Sim. O Labubu pode ser oportunidade de ensinar ética, empatia e convivência saudável.
5. Há apoio externo para professores?
Sim. Centros de apoio a professores e psicólogos escolares oferecem formações sobre bullying, educação emocional e mediação de conflitos.
Considerações finais
O fenômeno do Labubu nas escolas vai muito além de um brinquedo fofo e instagramável. Ele traz reflexões sobre consumo, status, exclusão, bullying e convivência em sala de aula. Aproveite essa febre para abrir o diálogo sobre valores, empatia e solidariedade. Com regras claras, atividades reflexivas e parceria com pais e comunidade, é possível transformar potencial conflito em aprendizado coletivo – beneficiando toda a escola.
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